sábado, 23 de fevereiro de 2013

FITOTERAPIA




Do grego therapeia = tratamento e phyton = vegetal

Ramo da ciência médica alopata que utiliza plantas, drogas vegetais e preparados, delas obtidos, para o tratamento e prevenção de doenças.

Fitoterapia, ou seja, o uso das plantas no tratamento de diversas enfermidades é conhecido desde a mais remota antiguidade. Na origem da história, quando, pouco a pouco, o saber popular emerge das trevas, a utilização de vegetais, como forma de curar ou evitar doenças, passa a ser objeto de interesse. As mais antigas obras sobre medicina e plantas medicinais surgiram na China e no Egito.1 A mais de 6000 anos, o homem vem testando e escolhendo instintivamente as melhores plantas para curar suas doenças.

As plantas apropriadas para este fim são também tradicionalmente denominadas, Plantas Medicinais. O importante é que as plantas ou suas partes, usadas medicinalmente, sejam sempre utilizadas na forma de fitocomplexo. Os Fitoterápicos, ou seja, os medicamentos de origem vegetal apresentam-se, portanto, de várias formas (extratos secos, tinturas, chás, pomadas, pastilhas, etc), e devem respeitar as exigências básicas da legislação sobre os medicamentos em relação à qualidade, eficácia e segurança.2





É estimado pela Organização Mundial da Saúde que aproximadamente 88 % da população de países em desenvolvimento fazem uso da medicina tradicional, principalmente extratos de plantas, como primeira opção. A droga vegetal é um produto muito melhor tolerado pelo organismo do que as substâncias sintéticas, muito mais econômico, podendo beneficiar um número bem maior de pacientes.1

Cuidado com a fitoterapia, se mal utilizada o estrago pode ser grande.

Segundo a nutricionista, Dra Sula de Camargo, erro crasso é acreditar que a fitoterapia por ser de origem vegetal, não causa malefícios à saúde ou que na forma de infusão (chá), decocção (cozimento) ou maceração (deixar a planta de molho em água) não existe risco associado ao seu uso. Sem dúvida, existem contraindicações e efeitos adversos que podem ou não ser conhecidos pelos profissionais e pesquisadores.3

A população, tem sido constantemente exposta a informações incompletas ou mesmo errôneas que a induzem a consumir frequentemente a fitoterapia, sem consciência dos riscos ou prejuízos nutricionais a que está exposta.3

Fitoterapia não é panaceia. Crendices infundadas na literatura colocam em risco a sua saúde e levam a fitoterapia ao desprestígio também.




Você sabia que o consumo de chá verde em pacientes com câncer em uso de quimioterápico pode aumentar a toxicidade do tratamento? Mas você perguntaria? O chá verde não é indicado para reduzir o risco de câncer? Sim, ele é, mas quando o câncer já está instalado e o paciente está em tratamento quimioterápico podem ocorrer danos à saúde. Por isso, o seu uso deve ser prescrito por um nutricionista que entenda sobre fitoterapia.4

Outro exemplo é a infusão de Glycyrrhiza glabra (o Alcaçuz), ele pode desencadear possível quadro de pseudoaldosterismo por ação mineracorticóide, ou seja, pode aumentar a retenção de sódio, cloro e água causando inchaço e até hipertensão arterial.

Já ouviu alguém indicar o consumo de Dente de leão (o nome correto, botânico, é Taraxacum officinale), pois é,  ele pode provocar hiperacidez gástrica e hipotensão.

Dra Sula esclarece que, esses são só alguns exemplos para chamar a sua atenção para os riscos associados ao mau uso da fitoterapia.

Quer aproveitar ao máximo o que a natureza tem disponível? Perfeito. Então, procure um  nutricionista que entenda sobre fitoterapia e suas indicações.

Bibliografia

1 – Carvalho, J.C.T. “Fitoterápicos Anti-inflamatórios”- Aspectos químicos, farmacológicos e aplicações terapêuticas. Edit. Tecmedd. Ribeirão Preto/SP – 2004.

2 – Fintelmann, V., Weiss, R.F,. “Manual de Fitoterapia”. Edit. Guanabara Koogan; 11ª. Ed; Rio de Janeiro/2010.
 
3- Conselho Federal de Nutricionistas. Resolução n° 402 de 2007. Regulamenta a prescrição fitoterápica pelo nutricionista de plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas, e dá outras providências.
Conselho Regional de Nutricionistas – Região 3. Parecer: A prática da fitoterapia. 2010.
Governo do Estado do Ceará. Crescimento do mercado fitoterápico contribui para avanço de pesquisas com graviola. 2010. Acesso em 20 mar 2011. Disponível em: http://www.nutec.ce.gov.br/categoria2/crescimento-do-mercado-fitoterapico-contribui-para

4- Fukumasu, H., Latorre, A.O., Bracci, N.,Górnik, S.L., Dagli, M.L.Z. “Fitoterápicos e potenciais interações medicamentosas na terapia do câncer”. Revista Brasileira de Toxicologia 21, n.2 (2008) 49-59.

Dra Silvania Sergent - Nutricionista
Dra Sula de Camargo - Nutricionista